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quinta-feira, 25 de junho de 2015

a ti, meu sonho distante

É curioso, passaram estes anos, e tu e eu passámos a ser estranhos. Quiseram as circunstancias que nos fossemos vendo cada vez menos. No final de 2012, partiu à minha frente o meu insubstituível companheiro alf, indo ao encontro de Deus, ele era conhecedor do quanto eu te amava, e sempre me encorajou a cortejar-te, foi ele que pela primeira vez me disse com quanta frequência eu falava de ti..ainda eu não me tinha dado conta como estava dependente de ti --recordo-me --falou-me disso naquele cais, o mesmo doutra ocasião.
Depois, nesse misero ano da morte, quando lhe contei sobre o desaparecimento do meu amigo, não vi  o reflexo do meu sofrimento...apenas frieza...acredito que não fez por mal mas fiquei decepcionado, na verdade já então havia um desgaste da minha paixão , talvez por esmorecimento da esperança. De qualquer modo, nesse momento, achei que não me merecia...e resolvi esquecer. Foi um acto disciplinado, apagar memória. Uma ocasião até, algum tempo antes, tinha conversado sobre isso com a minha leal amiga belita, entretanto descasada, sobre as minhas ideias, as pequenas coisas que aconteceram ao longo dos anos, a esperança alimentada pela ilusão...e ela, lúcida como sempre,  preocupada comigo, de forma inequívoca  apenas me disse que apenas tinha brincado sobre a minha tolice todos estes anos...senti-me melindrado, vexado , envergonhado...desiludido dum amor que só existia em sonhos.
Há algum tempo, numa meia discussão sobre um eventual e hipotético divórcio com a ainda minha conjuge, disse-lhe eu, que para alem dela, só tinha gostado verdadeiramente da Sofia, mas que já não sentia nada...recordo a sua expressão misturada de alivio com estupefacção.
Nunca tinha pensado dizer-lhe que tinha amado tal pessoa e que já não amava. Imaginei sim, muitas vezes, dizer-lhe que amava, mas que partia para junto dela. Tal não acontecerá.
E porque escrevo isto hoje? Hoje, estava a ouvir uma banda filarmónica- e lembrei-me ...curioso. Será que não compreendi alguma mensagem nas entrelinhas? E se eu, tivesse admitido de forma tão explicita como agora, que com essas mensagens, apenas estavas a dar oportunidade a eu tomar uma atitude? Não sei, ocorreu-me..agora com mais insistência

Este texto é um rascunho, contudo espelha a ideia

e renovo  pergunta - será que fui eu que falhei?