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quarta-feira, 11 de maio de 2011

ciumes?

Através do amor desfazem-se laços, voltam-se páginas, viram-se costas, abrem-se esperanças, esfarrapam-se vidas, trocam-se destinos, tecem-se sonhos. O amor pode ser um sentimento muito traiçoeiro, podemos senti-lo durante semanas ou meses ou até anos, mas nada é certo e nada é eterno. Um dia por qualquer razão pouco relevante, ou mesmo sem motivo aparente ele desfaz-se, dissipa-se, escapa-se da nossa vida, escorregando como água entre os dedos, fugindo para sempre.
Para podermos distinguir as coisas boas das más ou seja o que nos faz bem e nos permite crescer e avançar, daquilo que nos faz mal porque nos impede de ir mais longe, precisamos de nos conhecermos muito bem. Apesar de tudo o que se possa pensar eu acredito que não existem coisas más ou coisas boas. Tudo depende da utilização que lhes damos, porque uma coisa boa pode revelar-se traiçoeira e as que á partida parecem más darem-nos oportunidades de crescimento. Portanto sendo assim nada é completamente bom ou inteiramente mau.
Afinal de contas, o que representam os ciúmes? Será que é falta de confiança no outro, em nós próprios, ou será que é mesmo sinal de amor? Uma coisa é certa, não há relação onde eles não apareçam. Ás vezes ponho-me a pensar porque será que é tão socialmente inaceitável e incorrecto admitir os ciúmes? E digo isto porque acho a maior das hipocrisias, as pessoas mostrarem-se muito ofendidas, quando reparam que o seu companheiro(a) está com ciúmes! A verdade é que esses ciúmes não forem daqueles doentios e obcecados, até nos enchem o ego. Obviamente que para tudo há conta certa, com peso e medida.
É incrível como por vezes se disfarça e se simula! Não se admite o que é mais do que evidente:
«Eeeuuu? Com ciúmes? De ti? Por favor! Não achas que estás a exagerar? Mas de onde tiraste essa ideia?» É extraordinário!!!!
Eu sou ciumenta. Está dito, pronto. Já tive vergonha em admitir esse traço da minha personalidade porque parecia algo imaturo, mas hoje como me sinto desobrigada de ser exemplo para qualquer coisa, joguei a vergonha no lixo. Sou ciumenta sim, pronto já está mais do que admitido.
Há muito que te perdi mas no entanto ainda te sinto e ainda te oiço, é como se estivesses aqui, porque quando se ama é assim mesmo. Podias muito bem ao menos me ter dito que te ias embora, afinal não te custava nada, eu não era “apanhada” de surpresa e acabava por aceitar talvez um pouco melhor. Mas a verdade é que apenas desapareceste assim tipo passo de magia.
Quando estavas comigo completavas-me e eu sentia-me inteira, mas bastava, te afastares de mim e pronto; faltava-me a asa e o meu voo era desequilibrado e sem rumo Reconheço que os meus ciúmes transformaram a tua vida num inferno mas acredita que não tenho culpa de ser assim, não é por mal é a minha natureza. Quando gosto tenho tantos ciúmes do mundo que não aguento, tenho de rebentar por algum lado e tu foste uma vítima dos meus ataques, confesso. Dizem que quem confessa o seu pecado não merece castigo, não sei se é bem assim!...
Inventava jogos para te prender, possessões incompreensíveis, ciúmes, interrogatórios… Remexia-te na carteira, e no telemóvel e inundava-te com perguntas sempre que atendias o telefone e do outro lado uma voz feminina te falava, morria de ciúmes quando sorrias para as minhas amigas quando te via olhar para outras mulheres, algumas mais novas, mais magras e mais bonitas que eu.
Quando estou enciumada cresce dentro de mim um verdadeiro tsunami, fico irritadiça, chata, desatenta, sem paciência…Não consigo me controlar. E a minha cara séria ou irónica denuncia logo a situação. Que culpa tenho de ser assim? Quando me dizem que amam alguém e não sentem ciúmes eu acho impossível. Mordo-me de ciúmes! Tenho que admitir! E depois… também há coisas bem piores. Não sei porque é que eu sinto tantos ciúmes, nem porque é que os ciúmes, afectaram tanto a nossa relação?
Segundo estudos, o ciúme, se não for o patológico, é uma reacção normal do ser humano ao sentir uma ameaça, real ou irreal, a algo ou alguém que lhe é muito caro. Pois bem... aqui estou eu lembrando a minha podre condição humana.
Mas mesmo assim, com todos os meus ciúmes, eu sentia que me amavas... ou pelo menos esforçavas-te por me aceitares assim. Sentir que somos amados é muito bom o pior é quando surgem as duvidas, quando se formam nuvens nos nossos olhos que não nos deixam enxergar nada. É triste quando a alma mergulha no abismo existencial. Pois, talvez eu seja a tal… insegura.
Dizem que os ciúmes nascem sempre da insegurança que temos em relação a nós e à nossa relação com o resto do mundo, porque no fundo achamos que de alguma forma não somos insubstituíveis. Pobres ingénuos! Afinal hoje em dia, é melhor não meter as mãos no fogo por ninguém.
Nunca protagonizei aquelas cenas de ciúmes em público, no máximo dentro das quatro paredes, e embora me roendo por dentro também nunca impedi que fizesses aquilo que querias fazer. E depois os meus ciúmes nunca foram por assim dizer tão infundados (e tu sabes muito bem disso). Mas fingias que não percebias. Dizias que era doentio, que era uma tremenda baboseira, que não suportavas ter alguém a interferir assim na tua vida, que ninguém é dono de ninguém, que cada um tinha que ter o seu espaço, porque só assim é que as coisas podiam funcionar.
Não sei como pode existir gente assim tão desprendida no amor porque eu acho que quando se ama por mais que não se queira somos egoístas. O amor torna-nos forretas e açambarcadores todo o carinho toda a tenção é sempre pouco.
E não há nada que doa tanto como o ciúme, acredita! E dói na cabeça no peito no corpo por dentro e por fora. Por que é que alguém foi tão perverso que inventou o ciúme?
Acho que quando amamos, todos nós sentimos sempre algo, em alguma situação, senão pensamos que amamos, quando apenas gostamos. Sentimos sempre ciúmes, pequenos grandes, eles estão lá. Cabe-nos a nós saber lidar com eles. Como tudo na vida há um ponto de equilíbrio, e cabe a cada um descobri-lo.Há uns que são a favor, e dizem que o ciúme é o cartão-de-visita do amor e outros dizem que quando há confiança mútua e uma grande cumplicidade o ciúme não entra nem á força. Tudo teorias! Quem é que não sente um nó na garganta quando o seu mais que tudo atende o telemóvel e com um risinho parvo responde:
«Eu depois ligo, agora não posso…», ou então olha para o número com um ar muito comprometido e diz: «Foi engano de certeza!» È de arrancar os cabelos e só não vive quem nunca passou por isto.
E tu parecia que fazias de propósito para me provocares e depois rias-te, claro que acabávamos discutindo como sempre, e eu dizia coisas que me arrependia depois, mas com a cabeça quente nem pensava no que me saía pela boca fora.
Acredita que até já fui ao psicólogo. Não percebo como é que tudo isto está ligado ao passado. São carências afectivas, falta de amor, diz ele, são problemas e traumas de crianças que eu não consegui ultrapassar. Não sei! …
O certo é que tu fugiste de mim sem sequer te lembraste do sofrimento que me ías causar que ando para aqui a remoer e a ter pena de mim mesma, a me sentir um trapo, porque apesar de tudo eu sempre te amei muito.
Assim que te vi com aquele teu olhar tranquilo pensei:
«Desta vez que é. Vou amar em paz e sossego…»
Mas tinha que vir sempre os ciúmes para atrapalhar a minha vida e tu tal como os ouros não resististe e assim que apanhaste uma saída fugiste sem deixar rasto. Eu acho que se gostasses mesmo de mim tinhas-me dado mais algum tempo. Talvez eu em acalmasse, talvez eu aprendesse a confiar mesmo em ti em vez de te afastar de mim com as minhas cenas patéticas e os meus ataques de ciúmes. Se calhar foi o teu encanto e o teu charme, a tua maneira de ser, que despertaram o medo de te perder. E o medo de te perder fez com que te afastasses de mim. Foste embora e eu fiquei aqui com uma tristeza do tamanho do mundo.
Nunca vi ninguém com ciúmes de quem não gosta, entende como quiseres. Não quero ser empata de ninguém. Quem quiser ficar comigo, que fique mas porque simplesmente deseja, e não por obrigação, medo ou comodismo.
Vai ser complicado e desanimador ter que começar de novo, porque o medo da solidão e do vazio não é nada fácil de encarar. Mas mesmo assim, apesar disso tudo, continuo a acreditar na minha coragem e na minha estrutura emocional. No fundo alimento esperança no meu futuro e acredito que depois do tempo ter apaziguado tudo o que vivemos eu vou voltar a amar outra vez, porque não sei se sabes mas as mulheres alimentam-se de amor. Certamente que existem outros homens á espera para entrar na minha vida, e eu não quero secar como uma velha árvore. Não quero deixar de sonhar porque um dia vou encontrar quem me ensine a ser feliz, basta para isso aprender a mudar…e olha que vontade é o que não me falta!

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